Bebemos, experimentamos novos sabores, conversamos, concordamos, discordamos, argumentamos, bebemos novamente.
Enquanto a pia, o fogão, as facas e os alimentos são seus domínios, eu apenas observo, certa que não sei cozinhar, mais certa ainda que prefiro deixar esse domínio no seu domínio.
Sem desonra!
Reconheço minhas deficiências e aceito seus cuidados!
Sem feminismo ou machismo, nesse nosso território, somos apenas uma mulher e um homem, dividimos, somamos, completamos.
Você cozinha, eu arrumo a mesa, lavamos, limpamos, na igualdade somos diferentes, nos reconhecemos, mais e mais a cada dia.
Da cozinha para sala, dividimos o sofá ou você no sofá e eu no chão, em um confortável edredon, nossas mãos se encontram, nossa conversa continua, nossa noite segue.
Cochilamos, trocamos afeto!
Será esse os mistérios do amor?
Se tem mistérios o amor, deve estar em achar o tom de cada um.
O Nosso tom tem dado certo!
Sem receita.
Escrevemos juntos nossa receita, nosso manual. Diariamente!
Na vivência do cotidiano, nas infinitas conversas, vamos descobrindo juntos quem nos tornamos.
Quanto a nossa receita?
Está sempre incompleta!
Imagino que é assim que se constrói um amor.
Verão muito quente de 2017
Picasso