Principe,

As coisas que não são óbvias para muitos
Chegam até você como óbvias.
O comum para muitos
São cheias de raridade para você.
Rápido, divertido, desconcertado, arrumado desarrumado.
Nos seus muitos paradoxos quadradinhos,
Existem infinitas pontas coloridas.
No seu sono tranquilo,
Na sua preguiça matinal,
No seu despertar quando a cidade se cala,
Encontro a completude.
As suas respostas sensatas para minha insensatez,
Ordenam meu vasto mundo.
Na minha demora matinal, 
A sua preguiça charmosa
Me cede o tempo necessário.
Deixo-me ir,
porque você me busca no próximo ponto.
Seguimos em novas descobertas,
Alinhadas
Desalinhadas
Retas
E
Coloridas

Julho de 2016 

Hans Hartung

Príncipe,

Passam cem dias,
cem anos,
me arrumo,
me desarrumo.
Nos meus desalinhos, ando fora dos trilhos,
Sou muitas em uma só,
Meus medos e minhas fragilidades emergem das minhas profundezas,
Busco seus trilhos seguros,
Me alinho da fragilidade tempestuosa nas suas infinitas retas.
Ora sou mesmo Maria Bonita em busca do meu Principe,
Ora sou toda doce também em busca do meu Principe.
Para todos os meus desalinhos cinzentos,
Suas cores caleidoscopicas me colorem.
E assim,
sigo crescendo nos muitos desalinhos que se acalmam na sua
Infinita geometria colorida.

Inverno de 2016

Hans Hartung